De Brasília, deputados dão
total apoio à TelexFREE e BBom
• quinta, 22 de agosto de 2013 - 16h01
Deputado
Acelino Popó (PRB-BA), presidente da frente parlamentar que vai regular o
marketing multinível no Brasil: "Eu só entro em uma luta para ganhar"
São Paulo - A luta travada pela TelexFREE e BBom, ambas
acusadas pelo Ministério Público de praticar o crime de pirâmide financeira,
chegou à Brasília. Mas não ao judiciário da capital, e sim ao Congresso. Em
concorrida audiência pública ontem, convocada por três comissões diferentes e
lotada por vendedores das empresas, deputados se revezaram para mostrar apoio a
ambas e aos associados. Alguns deles, porém, preferiram demonstrar cautela com
a situação (veja trechos abaixo).
“Eu senti firmeza na TelexFREE”, declarou o deputado Sílvio
Costa (PTB-PE). O ex-jogador de boxe, Acelino Popó (PRB-BA), também foi
explícito no apoio.
“Eu queria que a
promotora que entrou proibindo (com pedido de liminar na Justiça do Acre),
seria bom que ela viesse aqui esclarecer o porquê”, cobrou o deputado, alegando
que há milhares de pessoas em dificuldades financeiras.
Os parlamentares em questão passam na frente da poder
judiciário, que ainda não proferiu uma decisão sobre a TelexFREE e a BBom. Elas
estão com os bens bloqueados desde junho e julho, respectivamente, o que as
impede de comercializar produtos ou pagar vendedores. Juntas, elas envolvem 1,2
milhão de divulgadores ou associados.
A audiência pública contou não só com uma incomum participação
presencial, mas também online, com pelo menos mil pessoas assistindo e
debatendo por meio de ferramenta da Câmara, pouco acostumada a tanta
gente.
Mas, como salientou a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), ao
contrário do que muitos esperavam, a audiência não teve - nem poderia -
qualquer influência no processo de desbloqueio dos bens.
Diante da pressão da platéia, deputados anunciaram a abertura da
Frente Parlamentar de Apoio e Criação da Regulamentação do Marketing Multinível
no Brasil.
O grupo quer delimitar claramente o que é pirâmide financeira –
quando uma empresa se mantém e cresce pela adesão cobrada de novos vendedores,
e não pela venda de produtos – e marketing multinível – em que essa adesão não
se caracteriza como pilar de sustento da companhia.
O presidente da Frente será Acelino Popó.
Pela demora necessária para a criação e aprovação de um projeto
deste porte, porém, qualquer ação do grupo em nada deve beneficiar as duas
empresas com ação em curso. Veja abaixo o que disseram os parlamentares, que
ficaram entre o apoio e a cautela.
Apoiou
Lourival
Mendes (PTdoB-MA)
"Quem paga imposto, quem gera emprego não pode ser tido como
criminoso".
Sílvio
Costa (PTB-PE)
"Eu senti firmeza na TelexFrEE. Eu propus uma CPI e ele (o presidente da
empresa, Carlos Costa) disse que aceitava. Ele sabe que se mentir na CPI pode
sair preso daqui. Então, um cidadão que chega no Congresso Nacional, diz que
tem R$ 600 milhões guardados, diz que a empresa dele vale R$ 670 milhões e topa
uma CPI, ele me convenceu. Não posso dizer a mesma coisa do dono da BBom (João
Francisco de Paulo), que, nas perguntas mais complicadas, dizia que ia
consultar o contador. Isso aqui não é uma reunião política. Há uma diferença
entre marketing e picaretagem. Se eu for convencido, vou virar um militante da
causa e vou ao Supremo para dizer que o Ministério Público está errado”.
Acelino
Popó (PRB-BA)
"Alguns estão sofrendo, venderam suas casas e carros para entrar num
projeto de vida futura. E a justiça os proibiu de trabalhar, pessoas que
precisavam da mensalidade para sobreviver. Infelizmente, tem muita gente
passando fome e dificuldade por isso. Essa frente que vamos abrir (Frente
Parlamentar de Apoio e Criação da Regulamentação do Marketing Multinível no
Brasil) é em defesa dessas pessoas. Muitos estão achando que (o caso agora) é
como o da Avestruz (Máster), Boi Gordo, e é totalmente distinto do que muita
gente está pensando. Eu queria que que a promotora que entrou (com pedido de
liminar na Justiça do Acre), seria bom que ela viesse aqui esclarecer o porquê.
E estamos abrindo esta frente parlamentar, com Perpétua (Almeida) sendo a minha
vice presidente. Eu só entro em uma luta para ganhar. E vamos conseguir. Meu
apoio, não só como deputado e tetracampeão mundial de boxe, estou aqui para
apoiar vocês (vendedores das duas empresas)".
Cautelosos
Perpétua
Almeida (PCdoB-AC)
"Uma informação para não gerar confusão: esta audiência não muda a decisão
da Justiça do Acre. Esta audiência é para que se abra um debate no Congresso
Nacional sobre a possível regulamentação e legalidade das empresas de marketing
multinível no Brasil. É bom esse nível de esclarecimento para que as pessoas
não achem que depois dessa audiência pública estarão autorizadas a voltar aos
trabalhos".
Renan
Filho (PMDB-AL)
"Quero defender a legalidade, os bons negócios, defender as empresas que
vêm para o mercado prestar um bom serviço, atender os interesses dos seus
clientes, gerar empregos, distribuir renda e ajudar o seu país a avançar.
Aquelas empresas que tiverem com esse foco fiquem tranquilas, porque terão
estes deputados ao seu lado. Agora, não podemos permitir que o povo brasileiro
seja lesado".
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