Cadastros da BBom são
bloqueados pela Justiça por suspeita de pirâmide finaceira
Divulgação
João
Francisco de Paulo, dono da BBom
A
BBom, empresa que na semana passada teve as contas congeladas por
suspeita de ser uma pirâmide financeira , agora está impedida de
cadastrar novos distribuidores, conhecidos como associados. Hoje, eles somam
cerca de 300 mil. A liminar – decisão temporária — foi concedida na terça-feira
(16) pela 4º Vara Federal de Goiânia, a pedido do MInistério Público Federal em
Goiás (MPF-GO).
É a
segunda vez quase 30 dias a Justiça bloqueia a expansão de uma rede apresentada
como marketing multinível, mas que é considerada uma pirâmide financeira pela
força-tarefa de promotores e procuradores da República que analisa
a atuação de 18 empresas com modelos de negócios semelhantes .
A primeira empresa impedida de cadastrar novos representantes foi a Telexfree.
Procurada,
a BBom não tinha ninguém imediatamente disponível para comentar a nova decisão,
mas prometeu um posicionamento. Seus responsáveis sempre
negaram irregularidades , assim como os
da Telexfree .
A BBom é apresentada como o
braço de marketing multinível da Embrasystem, que atua no mercado de
rastraeamento de veículos.O MPF-GO, entretanto, acusa a BBom de ser uma
pirâmide financeira, que depende das taxas de adesão pagas pelos associados –
de R$ 600 a R$ 3 mil – e não dos produtos e serviços da Embrasystem.
O MPF-GO argumenta também que a
Embrasystem não tem autorização da Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel) para oferecer os serviços de rastramento e monitoramento. Além disso,
alega que o faturamento da empresa disparou de cerca de R$ 300 mil ao longo de
2012 para R$ 100 milhões em março de 2013.
A BBom foi lançada em fevereiro
e, desde então, atraiu quase 300 mil associados com campanhas que exaltam os
ganhos expressivos de seus melhores revendedores.
Só
dinheiro estava bloqueado
No dia 10 de junho, a pedido
dos procuradores da República em Goiás, a juíza substituta da 4ª Vara Federal
de Goiânia, Luciana Laurenti Gheller, determinou bloqueio das contas da
Embrasystem e de seus sócios administradores. Segundo o MPF-GO, foram
congelados R$ 300 milhões, além da transferência de mais de cem veículos – entre
eles, quatro Lamborghinis e um Rolls Royce.
A decisão, porém, não impedia
que a BBom continuasse a cadastrar associados. Ou seja, o que o MPF-GO entende
como pirâmide financeira poderia continuar a se expandir. Por isso, entrou com
um pedido de aditamento de liminar, que foi julgado nesta terça-feira (16).
Em
entrevista ao iG no dia 10 de junho, o dono da Embrasystem, José Francisco de
Paulo, acusou pessoas "mal intencionadas" de
plantarem informações falsas contra a empresa, mas disse respeitar as investigações.
Ele também argumentou que a Anatel não possui um tipo de autorização específica
a ser concedida a empresas de rastreamento e monitoramento e disse que no
"ganhar muito dinheiro é crime no Brasil".
Febre
das pirâmides
Membros
do governo federal e dos ministérios públicos estaduais e federal têm
considerado que o País vive uma febre de empresas com
características de pirâmides financeiras , decorrente em parte da
popularização da internet.
Atualmente,
ao menos 18 empresas estão na mira de uma força-tarefa de promotores e
procuradores da República. BBom e Telexfree foram as primeiras a terem suas
atividades suspensa por decisões judiciais, mas o Ministério
Público do Rio Grande do Norte (MP-RN) já anunciou investigações contra Cidiz,
Nnex, Multiclick e Priples .
A Cidiz nega irregularidades.
Os porta-vozes da Multiclick e da Priples, procurados quando a investigação foi
anunciada, não foram localizados. A Nnex não retornou os contatos feitos na
tarde do dia 2 de julho.
BBom e Telexfree, assim como outras
empresas suspeitas, apresentam-se como redes de marketing multinível – um
modelo de varejo legal em que os vendedores são incentivados a atrair outros
membros para o negócio, pois ganham bônus pelas vendas desses últimos.
A suspeita da força-tarefa, porém,
é que essas redes sejam usadas apenas como fachada para pirâmides financeiras,
em que o faturamento depende das taxas de adesão paga pelos vendedores para
aderirem às redes e não de produtos ou serviços. Como a população é finita,
esses sistemas são insustentáveis.
Fonte: Portal IG
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